Atualmente o Brasil está entre os líderes na produção de ração, ocupando o 3° lugar no ranking mundial, e entre os nove países que juntos são responsáveis por 58% da produção mundial de ração. Porém, a produção de ração em 2019 teve uma queda de 1,07% no mundo, devido em grande parte à peste suína africana (ASF) e ao declínio da alimentação de suínos na região Ásia-Pacífico (ALLTECH GLOBAL FEED, 2020).
Apesar dos recordes nas produções de rações no Brasil, existe um assunto importante a ser avaliado e discutido, que também vem sendo cada vez mais conhecido pelos consumidores: a Segurança Alimentar. Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças nos Estados Unidos (CDC), estima-se que 48 milhões de consumidores adoecem, 128.000 são hospitalizados e 3.000 morrem por ano decorrente de doenças adquiridas por alimentos contaminados (SCALLAN et al., 2011).
Na área de alimentação animal, a Instrução Normativa n°04 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), regulamenta e estabelece as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação (BPF).
De extrema importância ao setor, as Boas Práticas de Fabricação, são um conjunto de medidas adotadas pelas indústrias de alimentos e serviços de alimentação, que tem como objetivo garantir a qualidade sanitária e zelar pela saúde do consumidor. Essas práticas são aplicadas desde o cultivo, manipulação, armazenagem, transporte, embalagens, utensílios para manuseio, equipamentos, até chegar ao produto final, visando eliminar ou garantir que os produtos não sejam contaminados ou que esta contaminação seja eliminada no processo.
As contaminações podem ocorrer de variadas formas durante a cadeia produtiva da alimentação animal e são divididas em três tipos: contaminação química, física ou biológica.
A contaminação química pode ocorrer, por exemplo, através de sanitizantes utilizados nas limpezas das instalações, equipamentos e utensílios, graxas e lubrificantes em geral utilizados na manutenção e lubrificação dos equipamentos, como também a dosagem errônea de uma matéria prima, que pode ser prejudicial ao animal. Já a contaminação física pode ocorrer através de pedaços de metais, como porcas e parafusos, madeiras e plásticos. As contaminações biológicas são microrganismos patogênicos como bactérias, fungos e vírus que podem estar presentes nas superfícies, nas pessoas, e em insumos adquiridos. Todos os tipos de contaminação podem trazer sérios danos e prejuízos ao meio ambiente, ao animal e ao homem, sendo em alguns casos fatal, além também de prejudicar a imagem da empresa perante ao mercado.
Também em conjunto à normativa, as empresas começaram a realizar melhorias em seus processos de forma a otimizar as operações, onde buscam além do cumprimento das boas práticas, melhorias que tragam a garantia da qualidade de seus produtos. Toda e qualquer melhoria que consiga reduzir ou eliminar possíveis contaminações são bem vindas nos processos.
Podemos dizer que as boas práticas de fabricação trouxeram a padronização dos procedimentos das empresas, para que as mesmas cumpram e consigam fornecer um alimento seguro aos animais e, consequentemente, ao homem.
Os procedimentos necessitam ser trabalhados e melhorados constantemente. Empresas que aplicam as boas práticas de fabricação (BPF) em seu processo alcançam alto padrão de qualidade em seus produtos, otimizam seus custos e se mantém em conformidade com as normas estabelecidas pela legislação sanitária e exigências do mercado.
Palavras-chaves: Boas práticas de fabricação (BPF), alimentação animal, prevenção, segurança alimentar.
Referências bibliográficas:
A IMPORTÂNCIA DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DOS ALIMENTOS. Pense Safe, 2019. Disponível em: http://safebr.com.br/pensesafe/a-importancia-das-boas-praticas-de-fabricacao-dos-alimentos/
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 04, de 23 de fevereiro de 2007. Aprova o Regulamento técnico sobre as condições higiênico sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal e o roteiro de inspeção, constantes dos anexos.
SCALLAN, E. et al. Foodborne Illness Acquired in the United States – Unspecified Agents. International Journal of Food Microbiology. [s. l.], v. 17, n. 1, p. 16-22, Jan. 2011.
ALLTECH GLOBAL FEED SURVEY REVELA PRIMEIRO DECLÍNIO NA PRODUÇÃO EM NOVE ANO. Alltech, 2020. Disponível em: https://www.alltech.com/press-release/alltech-global-feed-survey-reveals-first-production-decline-nine-years