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A importância do gerenciamento e controle da qualidade das matérias-primas

Grãos de milho como matéria-prima

Iniciaremos este artigo com uma velha máxima bastante utilizada na indústria há alguns anos: “o que não é medido não é gerenciado”, conforme diziam Robert Kaplan e David Norton, autores da metodologia BSC Balanced Scorecard. Eu acrescentaria a ela: “se não é gerenciado gera problemas”, independentemente do tipo de processo que estamos falando.

No nosso caso, ao abordarmos o tema, falaremos da importância de gerenciar os processos desde o recebimento das matérias primas, passando pelos processos de armazenagem, chegando até o trato digestório do animal, já que este é o “consumidor”. Em todas as etapas a falta de controles adequados pode gerar perdas significativas, podendo levar uma empresa ao sucesso ou a perdas irreparáveis.

Com a competitividade cada vez mais acirrada, precisamos colocar grandes esforços para que a nutrição de precisão e melhora dos índices zootécnicos, associadas à melhora dos indicadores sanitários, ocorram em sinergia. Para que isso aconteça, fica claro que necessitamos estabelecer controles, afinal, se eles não existirem as perdas serão sentidas e, se não forem medidas passarão despercebidas. Para que a sinergia ocorra é fundamental estabelecer controles rígidos das matérias primas desde o seu recebimento, como a realização de análises laboratoriais nas matérias-primas, que são importantes para o monitoramento e redução das perdas. Citamos como exemplo:

Salmonella spp: análises das cargas não são suficientes. Pontos de análise estratégicos mostram que o percentual de contaminação pode superar 50%, com atenção especial para as proteínas. Fábricas de farelo superam estes índices, chegando a 85% nas áreas externas. Em produtos de origem animal, em função dos tratamentos aplicados, os níveis tendem a ser menores. A forma de análise, ponto de coleta, tipo de coleta, número de amostragem e principalmente a forma de tratamento são vitais para a identificação correta e resolução do problema. Além disso, a recontaminação de matérias-primas e produto final são causas recorrentes quando o assunto é Salmonella.

Aminas biogênicas: normalmente são pouco monitoradas. As análises de peróxido e acidez não são suficientes para cargas que apresentam mau odor.

Farelo de soja: dados coletados em diferentes fornecedores detectaram o nível de proteína  em farelos de soja variando entre 42 e 48% para um nível previsto de 46%, gerando um desbalanceamento de fórmula.

Qualidade dos grãos: normalmente são monitorados na entrada, mas passam por severos problemas durante a armazenagem, produzindo micotoxinas e fungos já dentro dos silos.

Mudar a visão, quebrar paradigmas e inovar são ações necessárias para a soluções de problemas recorrentes e só ocorrem com a estruturação de novas estratégias que vão muito além da utilização de produtos. Um rígido gerenciamento, monitoramento intenso e ações efetivas que ataquem as causas são partes de um sistema integrado que aumenta a competitividade, redução dos custos, obtenção dos resultados e maximização dos lucros.

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